domingo, 10 de maio de 2009

ECUMENISMO

O título destas entregas surge sempre antes do conteúdo do texto. Hoje não foi excepção.
Foi, no entanto, um título inusitado para mim. O meu conhecimento sobre o ecumenismo era limitado á aceitação e ao respeito por todas as religiões ou filosofias de teor espiritualista.
Fui então pesquisar sobre a origem da palavra e o que descobri foi que ecumenismo deriva do grego " oikos" e designa algo como," Toda A Terra Habitada".
Nos últimos tempos, foi-me dado perceber que diferentes posturas de vida, não são sinónimo de deficiência espiritual, que pessoas cujos comportamentos ainda nos chocam e abalam, são na realidade Seres que cumprem nobremente com a sua função de lapidadores de diamantes. Lapidar um diamante é uma arte, em que através da acção agressiva e erosiva, se põe a descoberto a faceta mais perfeita desse cristal, aquela que irradia mais luz e perfeição.
De forma contínua, através dos nossos ciclos de vida, vamos cruzando com esses Seres, que numa determinada intersecção de espaço/tempo e da forma mais generosa e altruísta (porque inconsciente) nos permitem dar um salto qualitativo na nossa expansão consciencial.
Reconhecemos o branco em relação ao preto, reconhecemos o belo em relação ao feio, reconhecemos o escuro em relação á luz. A dualidade é o mar em que vamos vagando de vida em vida, numa finalidade programada desde sempre, a da aceitação plena de tudo aquilo que é “diferente” daquilo que barreiras limitativas nos impuseram.
Essa é meus amigos a finalidade de todo o nosso percurso reencarnatório.
- Bodichitta = Compaixão ( Entender – Aceitar – Amar ) –
Por séculos e por tentativas, fomos aprimorando a capacidade de reconhecer a faceta real daquilo que somos. Hoje, já na vivencia plena destes Tempos de Mudança, o tempo urge, forças evolutivas abanam a nossa estrutura, na tentativa de um despertar colectivo e abrangente.
Muitas são as formas de comunicação interdimensional, no entanto a mais comum é a interacção do outro para connosco e de nós para com o outro.
Nesse “outro” estão incluídas todas as formas de vida e também o palpitar do coração vivo do planeta, da nossa Mãe Terra.
O respeito e a aceitação em plena igualdade de todas as formas de vida, humanas ou não, é premente e fundamental na etapa do Caminho.
“ Amai Os Vossos Inimigos”, assim dizia Jesus O Galileu – retirando a dramaticidade do conceito de inimigo que hoje já não faz sentido, restam-nos no entanto, todos aqueles cuja missão é servir de espelho reflector das nossas facetas ainda por lapidar.
O reconhecimento delas, ou dos seus vestígios, é aquilo que nos incomoda no “outro”, porque essa vibração ainda ressoa em nós.
Seres que consideramos “inimigos” são os lapidadores, tal como nós o somos de outros, numa determinada escala evolutiva.
Nessa perspectiva, cito a minha querida amiga Emília Caldas:
“ O que te incomoda no outro é aquilo que eras numa vida pretérita ou até em tempos idos da actual vida, a atitude, só pode ser de incomensurável compaixão, porque te é dado ver algo, que conseguiste ultrapassar”.
Assim, tenhamos a capacidade de assimilar por completo que:
- Não existe culpa, própria, ou alheia, existe sim reconhecimento do percurso
- Que em diferentes graus evolutivos, todos estamos ao serviço da Consciência Cósmica
- Que somos todos, ínfimas peças do Puzzle Divino
- Que a acção do “outro” é de somenos importância, o que importa é a nossa re-acção

No palco da vida, todos os intervenientes são actores principais, nos momentos mais simples do nosso dia-a-dia, vamos dando “a deixa” a outros, para que cada um possa desenvolver e representar o seu papel da melhor forma que a sua re-acção lho permitir.

Compaixão = Amor Incondicional seja o mote de uma nova semana que se inicia.

Um abraço de Infinita Paz

A.

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