A crise monetária internacional pode ter consequências radicais que só começam a emergir a partir de Maio de 2009.
Em 1998 descrevemos esta crise em detalhe. Falamos da desactivação dos pilares da actual civilização.
Qualquer plano para recuperar a economia é, nesta etapa, um artificio para ganhar tempo. Esta crise foi criada em gabinetes secretos para forçar as nações do mundo a aceitarem regimes mais totalitários com base no medo e na insegurança e não será por medidas económicas que pode ser evitada, pois está desenhada para eclodir, com ou sem planos de financeiros de emergencia.
A crise é artificial mas tem um imenso poder. E tem poder porque a Humanidade adormeçeu e se fixou em simbolos de valor que são insuficientes para representar o Homem. A nossa moeda é uma moeda-numero e não uma moeda-trabalho ou uma moeda-inteligencia ou uma moeda-sensibilidade, representa um valor quantitativo divorciado da qualidade do homem.
O poder deste tipo de instabilidade para gerar panico só é possivel na medida em que as pessoas perderam amplitude em relação aos simbolos de valor. As agencias obscuras que despoletaram esta crise fazem-no na certeza de que o valor é representado por quantidade-dinheiro e não por qualidade-dinheiro. E sem um símbolo de valor, consensual, uma sociedade desagrega-se rápidamente.
E a crise significa que chegou o momento da Humanidade, começando pelos que detêm o poder politico, financeiro e executivo, compreender que os nossos símbolos de valor - entre eles o dinheiro - servem para criar a sequencia
desenvolvimento»sustentabilidade»saciabilidade»identidade»liberdade»pesquisa
e não para funcionarem como uma droga irresponsável que mantêm o planeta em transe.
Desta crise pode emergir uma moeda-qualidade, uma forma de dinheiro desconhecida, que depende directamente da qualidade psíquica da vida para ter qualquer valor.
Ou então teremos rápidamente que recuperar a nossa relação rural com a vida e com a Natureza. Insisto, RAPIDAMENTE.
André Louro de Almeida, Setembro 2008